quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Broadsheet

A ameaça iraniana e a resposta de Washington


Na geopolítica mundial, o caso iraniano adquire cada vez mais contornos preocupantes. Mantendo uma postura desafiante, o Irão persiste na demonstração da sua força militar a um Ocidente cada vez mais reticente com o clima do Médio Oriente.

Na origem da nova controvérsia diplomática esteve a presença do porta-aviões norte-americano USS John C. Stennis no Golfo Pérsico; ao que parece, a posterior retirada do navio para o Mar de Omã levou a que Ataollah Salehi, general do exército iraniano, declarasse que "O Irão aconselha, recomenda e avisa (os EUA) para que não façam regressar o seu porta-aviões à anterior localização no Golfo, porque o Irão não está habituado a repetir as suas advertências e apenas avisa uma vez". 

A retirada norte-americana coincidiu com o inicio de exercícios militares da Marinha de Teerão no Golfo. À primeira vista, parecerá que houve uma movimentação estratégica por parte dos EUA perante um avanço militar do Irão e uma posterior ameaça deste último à presença norte-americana. Porém, o Pentágono já respondeu publicamente às declarações de Ataollah Salehi, afirmando que "a movimentação de meios militares na região do Golfo Pérsico continuará da mesma forma que sucede há décadas" e garantindo à comunidade internacional que existirão "movimentações regulares" na região.

A tensão está a afectar toda a região, bem como o negócio petrolífero. Teerão procedeu, unilateralmente, à ameaça de restringir a circulação no Estreito de Ormuz, zona por onde passa cerca de 1/3 do tráfego marítimo de petróleo mundial. Para reforçar a ameaça, procedeu a exercícios militares durante dez dias, onde foram testados novos mísseis. Especialistas norte-americanos, como Simon Henderson, do Instituto de Washington para a política do Próximo Oriente, indicam que as ameaças iranianas devem ser tidas em conta e que as últimas acções são consequência das sanções internacionais. 

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